Acerca de mim

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Castelo Branco, Portugal
Subtilmente rebelde, mas profundamente rebelde; sinto muitas vezes necessidade de ser do contra, mas não apenas por ser... mais para manifestar a minha opinião, mesmo quando, e sobretudo quando, sei que ela não vai agradar... é uma forma como outra qualquer de conquistar espaço... preciso dele. Muito.Endiabrada, individualista e egocêntrica, mas não egoísta: profundamente generosa para com quem eu acho que merece. Extremamente espaçosa (psicologicamente obesa)... não me entalem que eu arranho!! Sou feliz, felicidade que só faz sentido porque acompanhada por um profundo sentimento de revolta pelo pouco que o ser humano faz para combater o seu triste e natural estado de ignorância... pouco e mal. Sorrio pouco, mas rio-me muito. Consigo até ser uma pessoa bastante paciente e tolerante também (se me apetecer...). Faço da minha vida uma eterna busca de me procurar, de me encontrar e de me transcender. Procuro ser, acima de tudo, fiel a mim mesma - não me venham com preconceitos ou estereótipos. Temo apenas uma coisa nesta vida: os dias todos iguais. Strong porcelain made.

domingo, 24 de abril de 2011

Meaningless...


I got a meaningless life... everybody's got a meaningless life... I hear voices... whispering in my head... leading me to an abyss of desperation... they are telling me to do what I don't want to do, what hurts me to do... why are they taking over me, where do they come? Why are they taking over my decisions, my acts, my life? I lost all my freedom, my freedom of thouhgt... the supreme freedom is being free in your thoughts... and I am not free to think anymore... my thoughts no longer belong to me... they where stolen... my thoughts and much worse than that, my feelings... they were taken away from me... I am no longer able to feel them... because what I feel now doesn't belong to me... what is there left for me to do? What am I doing anyway?

Cruelty


For my life was as confuse as it could be... things often get worse before they get better... maybe this is the answer for my doubts...

Whispering Ghosts

Um gato velho de rabo partido trepa ao telhado, e por baixo do telhado é ensurdecedor o ruído, como se não fosse apenas um gato velho de rabo partido no telhado... como se acima da minha cabeça murmurassem também fantasmas velhos, que se libertam das traves velhas, de madeira apodrecida, as memórias dos acontecimentos, sentimentos, padecimentos... vozes ecoando de forma incoerente na minha mente cansada e fustigada de tentar compreender... na casa velha do jardim, onde se arrumam as ferramentas e as ideias, onde em vão me refugio dos sons exteriores, para que se não misturem com os interiores, para que se não me enlouqueça a mente de vez... a cada passo do gato velho, gordo e pesado de rabo partido no telhado, soltam-se os fantasmas que ali fui escutar... com quem ali me fui confrontar... o peito enche-se de coragem; quero ouvir-me a mim mesma sussurar... não, não tenho medo de mim, não posso ter; tenho medo, mas não posso ter, decido não ter, porque não quero, porque se temer a minha própria sombra, passarei a vida acocorada num canto da casa, tremendo a cada leve ruído, mesmo o das folhas oscilando suavemente lá fora ao som da melodia suave da leve brisa do vento do final do verão... não, não, não... venham a mim, fantasmas... não me deixo enganar pela triste aparência translúcida, lembrando o nada, lembrando o vazio, lembrando as coisas frustrantes que foram, e deixaram de ser, mas deixaram um rasto de sombra, um aroma que entra pelas narinas e enebria os sentidos, ofuscando-os, tapando a luz que ilumina a verdade a meu respeito... quero ver a dura realidade... o meu pior, quero ver... quero saber, por mais cruel e inconcebível e doloroso... quero sentir a dor que se sente quando se esvaziam os sacos cheios de ventos sibilantes, assustadores, mas vazios de coisa alguma, que são os fantasmas dos nossos medos... e se embate de frente com a verdade a nosso respeito... I am not affraid.

Scars


Caminho de alcatrão de espinhos, o que Deus colocou debaixo dos meus pés desnudos, sem se importar com cicatrizes, pois conhece-me e sabe da minha natureza, sabe que se os sinto num momento, os já não sinto no momento seguinte... fenómeno incongruente que me atemoriza e eu mesma custo em perceber... não sei se é sinal de que me preparo para uma curva seguinte ainda mais cheia de cruéis e dolorosos espinhos, se é sinal de que a minha alma se fortalece e por isso se liberta da dor... mas os espinhos continuam a cravar-se-me na carne, sem dó nem piedade, ainda que numa realidade holográfica, imaginada, ensanguentam-se-me os pés, as mãos, o rosto, o coração... um sangue que, contudo, jorra no próprio momento, sugando-me da alma as cores, as forças, a razão e as razões... o caminho obscurece e grito que nada se vê... o caminho são trevas pegadas, umas a seguir das outras e o abismo parece inevitável... o abismo está lá mesmo ao fundo e, naquele momento, por breves, excassos mas infinitamente longos instantes, instantes que se prolongam por uma eternidade em cujos intervalos posso apenas questionar-me se alguma vez em algum momento algo fará sentido... em cujos intervalos retorna a ponta de esperança necessária para que da memória e do corpo se apaguem as cicatrizes... e tudo recomece, sem dó nem piedade...


No momento, no breve eterno instante sente-se a carne do peito dilacerar-se, separar-se da armação óssea que suporta o meu corpo cansado, exausto, porém, sempre capaz de suportar mais um golpe... quem dera cair morta, jazer para sempre numa poça de sangue, dum sangue verde de esperança, daquela que me envenenou com o veneno de ser obrigada a prosseguir, mesmo sem o desejar... mas eu desejava-o e os golpes disferidos por mim mesma e pelas ilusões que de forma quase voluntária criava sucediam-se, no cruel instante em que me distraía um pouco, em que as feridas ardiam, talvez, um pouco menos, o mundo, o universo inteiro, desabava em cima do meu pobre corpo, débil de forças e pleno de desespero, loucura, desânimo... em cima da minha pobre alma... sádica sábia que sempre teve todas as respostas mas ainda assim deixou que duvidasse delas...




Quero as cicatrizes. Quero que fiquem e jamais me libertem a memória... não as quero barrando-me o caminho, não as quero obstruindo... quero apenas a sabedoria que me trouxeram... e que a memória de cada relâmpago holográfico disferido sobre o meu indefeso ser permaneça e me revele as palavras sábias que me teriam libertado a mim de tamanha dor... para que um dia eu as possa proferir a alguma alma que encontre nos meus caminhares, para que eu lhas possa gritar, gritar aos setes ventos, libertando assim o meu irmão de dor semelhante à que o meu destino me guardava... que as minhas palavras encontrem a sua sabedoria e o libertem...

Dark Night


A noite é negra como a fome, a fome da alma que tem sede de entender e não entende… é-lhe negado o direito ao entendimento e ela desmaia no canto da casa quieta e escura e vazia…e ali jaz, transparente, as entranhas vislumbrando-se, mas desaparecendo em seguida e o coração vislumbrando-se-lhe, mas desaparecendo em seguida… até que nada resta no interior, só angústia e só dor… e loucura e desespero calado, quieto, silencioso… no canto da casa vazia o nada apodera-se da alma, torcendo e entrelaçando tentáculos que perfuram… perfuram o corpo até chegarem à alma que não existe e o nada propaga-se como uma praga, injectando o seu veneno na sua presa, o veneno do nada e do vazio… apenas o vento uiva lá fora e ao longe relâmpagos de tempestade iluminam os céus como quem anuncia o final dos tempos…

Fallen Angel



... anjo que cai das alturas desamparado em direcção ao chão duro e impiedoso... quem te mandou, anjo imprudente, acreditar que podias? Quem te disse que podias ser anjo, quem te disse que os anjos existem? Olha ao teu redor... o mundo é feio e sem sentido... onde julgavas tu que ias, como pudeste acreditar que ascender acima da podridão era possível? Estavas condenado ao que a dura realidade te demonstra agora... a realidade dos factos inequívocos... e o anjo despenha-se da sua nuvem, as penas esvoaçando num rasto acima de si, perdidas no infinito para sempre.... anjo em queda, numa queda desamparada a alta velocidade... as asas despedaçando-se em penas desgrenhadas, o sangue escorrendo em pequenas gotas, a partir dos poros deixados em aberto pelas penas arrancadas pela violência da velocidade, o ar sendo entrecortado destruindo o corpo frágil do anjo que tentou voar acima do que lhe era permitido... fustigado por relâmpagos, mal tratado por ventos indecisos que o empurram com violência ora para cá, ora para lá... o corpo quase morto, abandonado pela esperança, permanece em queda livre...

I'm lost...


... I used to follow a path... I can see it now I feel lost... I always felt lost, but now I am really lost, it seems the path was always there...